MBA é uma sigla em inglês para Master Business Administration. A tradução ao pé da letra para o português significa Mestrado em Administração de Negócios.
Os cursos de MBA, no Brasil, estão cada vez mais distantes do que as três letras prometem. MBA, sigla de Master of Business Administration, o mestrado tradicional nas áreas de administração de negócios das escolas americanas ou européias, passou a ser, aqui, um difuso apelo de marketing para cursos extra-oficiais dos mais variados formatos.
Se, para ingressar nas melhores universidades dos Estados Unidos ou da Europa, o candidato passa por uma verdadeira maratona de exames, no Brasil, quando as escolas não são de primeira linha, os critérios de seleção também deixam a desejar.
A sigla MBA (Master in Business Administration) foi importada dos EUA e, logo de cara, enquadrada na realidade nacional. Os executivos brasileiros, ao contrário dos norte-americanos, não tinham --e ainda não têm-- condições de parar a carreira para se dedicar integralmente a um curso de aperfeiçoamento.
Assim, o MBA desembarcou por aqui mais leve, como um curso de gestão que podia ser feito no meio da carreira. Não tem caráter de pós "stricto sensu": é uma especialização.
Aos poucos, as três letras se popularizaram e passaram a ser usadas como um instrumento de marketing para "enfeitar" cursos em áreas como moda, tecnologia e outras, bem distantes da administração.
Segundo o gerente executivo do sistema de acreditação da Anpad (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração), Roberto Moreno, 58, a proposta do MBA é ser abrangente, e não voltado para ferramentas técnicas.
"A idéia de um MBA na área de tecnologia é uma contradição. É um erro conceitual, mas é bom para vender", afirma.
Já para o empresário da área de consultoria Flavio Xandó Baptista, 44, é possível unir a gestão a áreas técnicas.
Ele fez MBA com ênfase em informática na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) e diz que o curso lhe deu condições para se atualizar por conta própria e noções mais profundas de pesquisa e de novidades em administração. "Ter um MBA é um cartão de visitas para atrair clientes", diz.
Para quem quer se manter fiel ao espírito original do MBA, a saída é buscar os cursos mais tradicionais, voltados para a área da gestão e com carga horária mais densa.
Segundo Andréa Huggard-Caine, da consultoria Huggard-Caine, é importante que o curso de MBA esteja presente no currículo de administradores que pretendem ocupar cargos gerenciais ou superiores.
"Ao fazer um MBA, o profissional mostra que está buscando aperfeiçoamento", avalia.
Já para quem atua em áreas técnicas, "o melhor é buscar um mestrado tradicional", recomenda Huggard-Caine.